Depois da euforia do Papa e das JMJ, onde os comentadores da maioria dos canais televisivos falavam sem parar, raramente deixando o protagonista e todos os intervenientes nas cerimónias falar, pois falavam sem cessar por cima deles, sem dizer nada de real interesse, chegando mesmo a no final dalgumas intervenções resumir apressadamente o que haviam dito, prestando um mau serviço informativo.
Eis que começa realmente a estação em que só se dizem e inventam disparates, ou na ausência de temas de falarem sem cessar sobre os incêndios, repetindo sem cessar reportagens ou pressionando as pessoas que neles ficaram sem haveres, a falarem e a exporem as suas fragilidades, angústias, explorando o seu desespero, que se transformam em espetáculo.
A guerra na Ucrânia não ata nem desata, sinal que nenhum dos intervenientes, ao nível operacional, não consegue concretizar os seus objetivos.
A nível diplomático, a iniciativa de paz da Arábia Saudita como era de esperar foi um fiasco, pois a Rússia não se fez representar.
A Polónia tenta de todas as formas arranjar um caso, ou seja, inventa uma história pouco credível de que o grupo Wagner a quer invadir, ou pelo menos ameaçar a sua segurança interna, ou seja, os iliberais no poder no país, tentam de todas as formas nele se manterem, ora que se estão aproximando de eleições.
Enfim, no final desta guerra, em minha opinião, vamos ter na UE de resolver este grave problema, relativo à deriva autocrática de alguns estados membros, sob o risco desta deixar de ser uma União de Estados verdadeiramente democráticos, onde o estado de direito, o cumprimento escrupuloso no consignado nos Tratados relativos ao respeito pelos direitos humanos, e a liberdade dos órgãos de comunicação social, não são respeitados.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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