Web Summit e outras coisas
A organização (muito boa) da conferência de empreendedorismo e tecnologia Web Summit (para aqueles que não saibam é uma frase inglesa que para “os saloios” ávidos de inglesismos SUMMIT quer dizer: cimeira; cúpula: ”The summit is the top of a mountain”. O cume é o topo de uma montanha. Também segundo o mesmo dicionário é menos frequente conferência ou reunião. (Queremos com isto dizer que sempre se falou em “reuniões de topo” mas a moda ficou no goto de “Summit” que poucos sabem o que quer dizer, mas usam e abusam) , “Summit do caracol”- pode aparecer por aí com as variações de pratos e travessas do dito cujo.
Esta conferência sobre a Web (internet) ainda tem por contrato duas edições a realizar em Lisboa.
Todo o modo a “Surf Summit”, que tem decorrido na Ericeira, dependente do contracto que será eventualmente bem pago, ainda não se sabe se tem a confirmação para este ano.
É um evento badalado e tem retorno em termos de marketing e da imagem da Costa da Ericeira. E naturalmente ninguém recebe melhor os estrangeiros do que nós, nisso não podemos ter dúvidas, dobramo-nos todos e até os levamos ao colinho.
Esta cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, (bem paga naturalmente) com a eventualidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.
Segundo a organização, na segunda edição do evento em Portugal, em 2017, participaram 59115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1200 oradores, duas mil “startups”, 1400 investidores e 2500 jornalistas. E como se lembrarão desde políticos a altos cargos de empresas e de governantes, todos lá foram botar figura.
Esta moda, se assim se pode chamar, e que a Ericeira aproveitou e bem, foi um relançamento para a nossa Costa ser mais badalada em todo o mundo. Também fazemos parte da moda.
De facto, existem factores nestes eventos e de outros semelhantes, que por esta ou aquela razão, e que se podem estudar, discutir e até ir ao mais ínfimo pormenor, conseguem criar moda e até “seguidores” que se sentem na obrigação de prestar vassalagem, dobrarem a espinha, como se fossem os reis que podem, querem e mandam.
Ora não é bem assim. Para alguns meios de comunicação social, só a troco da entrada livre, colocam este “happening” como matéria de capa em todos os suportes. Quase como a história do rei vai nu. Até alguém dizer que vai realmente nu.
Isto porque algo que se faça, por gente daqui, e com qualidade, veem-se aflitos para que se saiba, onde, como e quando vai acontecer, e na ausência de promoção paga, torna-se num fiasco, muitas das vezes, eventos de grande (repetimos propositadamente) qualidade.
Mas a saloiice, ou o porreirismo nacional só existe para quem vem de fora…E por isso as capas, páginas e páginas, aberturas de telejornais, etc e tudo à borla, acontece como se fosse perfeitamente natural.
O mesmo com o “Summer Fest da gasosa” ou de outra, bebida qualquer, escrito em inglês tem a força, salvo seja, para que a troco de uma entrada, tenha tudo e mais alguma coisa dos OCS daqui e de muitos outros lados. Existem honrosas excepções, mas contam-se pelos dedos.
Há um ditado já clássico dos saloios “Não há dinheiro – não há palhaços”. Por isso há muita publicidade gratuita só porque é tudo porreirinho…
Pagam a tudo e a todos, recebem apoios de várias e grandes entidades, mas e depois não há dinheiro para um pequenino anúncio. Mas até enviam anúncios de quarto de página como se fosse obrigação publicar, apesar de terem podido pagar ao designer, e lá vir aposto para quem quiser ver, os vários apoios institucionais de grandes patronos.
Uma opinião que vale o que vale,
sobre pagar ou não pagar, publicidade
Por Helder Martins
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