Em causa está uma intervenção estética de preenchimento labial com ácido hialurónico, aplicado por uma alegada enfermeira, tendo como resultado uma infeção corporal grave com risco de vida que originou o internamento hospitalar e várias intervenções cirúrgicas e culminou com a perda da sensibilidade e deformação labial.
A PSP realizou buscas em duas clínicas de estética em Mafra e Lisboa no âmbito de um processo de usurpação de funções e ofensas à integridade física graves, tendo duas pessoas sido constituídas arguidas, informou aquela força de segurança.
Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP refere que em 10 de janeiro deu cumprimento a dois mandados de busca não domiciliária a duas clínicas de estética e a um mandado de busca domiciliária. Os dois arguidos – uma mulher de 35 anos e um homem de 50 – ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.
Na nota, a PSP adianta que a investigação decorria desde o início de 2019, após a apresentação de uma denúncia anónima por parte da Ordem dos Enfermeiros no Ministério Público.
“Após pesquisa por parte da Ordem dos Enfermeiros, apurou-se que a visada não era enfermeira, resultando numa denúncia criminal por usurpação de funções no Ministério Público, que delegou a competência para a investigação na PSP”, lê-se ainda no comunicado.
Da operação, resultou ainda a apreensão de cinco computadores portáteis com informação clínica, cinco telemóveis, 10.700 euros em notas e pastas de arquivo com a informação/autorizações dos clientes. Foram também confiscados vários materiais clínicos, incluindo medicamentos fora do prazo.
A PSP aproveitou o comunicado para sublinhar a necessidade de os cidadãos, que pretendam ser submetidos a tratamentos estéticos, averiguarem as condições e competências dos locais que prestam os serviços antes de iniciarem qualquer tratamento.
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