Frederico Morais conquistou, este sábado, a 5.ª posição do Pro France, a terceira e penúltima etapa do novo circuito Challenger Series, que define as últimas vagas de acesso ao Circuito Mundial da World Surf League.
Kikas foi o melhor português nas ondas de Hossegor e, depois de estar em grande forma ao longo de toda a semana, foi travado apenas nos quartos-de-final da prova gaulesa.
O dia final do Pro France até começou bem para o surfista português, que superou o australiano Jordan Lawler na oitava e última bateria dos oitavos-de-final. Utilizando a sua receita favorita, Frederico teve um início de heat muito forte, garantindo um score de 14,90 pontos, com a primeira onda a ser pontuada já na casa do excelente, com 8 pontos. Um triunfo sólido para Kikas, que deixou Lawler bem distante, com apenas 9,70 pontos.
Mais tarde, Morais teve pela frente o francês Michel Bourez no quarto e último heat dos quartos-de-final, num embate que colocou frente-a-frente os dois últimos competidores europeus em prova. Ambos membros da elite mundial, mas em situações muito diferentes, com Kikas a já estar qualificado para o CT de 2022, depois de ter terminado a presente temporada no top 10 mundial, enquanto Bourez a procurar garantir a requalificação por via deste circuito, em virtude de ter falhado o cut de qualificação do circuito mundial.
Apesar do começo mais forte de Frederico Morais, que dominou a primeira metade da bateria, Michel Bourez acabou por conseguir a reviravolta na parte final de um heat marcado pela falta de ondas de qualidade e pelos scores baixos. Com o surfista francês a somar 9,77 pontos, Frederico acabou eliminado por apenas 0,17 pontos. Uma derrota que não belisca as ambições de Frederico, uma vez que participa neste circuito apenas para ganhar forma. Ainda assim, além das excelentes performances ao longo da semana, ainda levou para casa um prize-money de 3,500 dólares.
Já Michel Bourez foi até à final, onde só foi travado pelo australiano Connor O’Leary, outro top mundial, com ambos a ficarem mais perto da requalificação. A prova feminina do Pro France também foi vencida por uma representante do circuito mundial que ficou com a requalificação praticamente garantida. A costarriquenha Brisa Hennessy foi a mais forte numa final em que enfrentou a australiana India Robinson.
O dia final em Hossegor ficou ainda marcado por uma inovadora Expression Session feminina, que contou com algumas das melhores surfistas do Mundo, incluindo a sete vezes campeã mundial Stephanie Gilmore, e que foi vencida pela portuguesa Teresa Bonvalot, graças ao seu jogo aéreo.
Teresa já tinha sido uma das melhores portuguesas da prova feminina, ao terminar no 9.ª posto, a par de Carolina Mendes, depois de ambas terem sido eliminadas nos oitavos-de-final, ainda a meio da semana. Por sua vez, Yolanda Hopkins terminou no 17.º posto, enquanto Kika Veselko e Vasco Ribeiro, este na prova masculina, foram eliminados na ronda inaugural.
Contas feitas, Yolanda Hopkins é a melhor portuguesa no ranking, ocupando o 20.º posto do lado feminino, com 9000 pontos, a 3500 pontos do top 6, que dá acesso ao CT de 2022. Um pouco mais abaixo, no 23.º posto, com 8800, surge Teresa Bonvalot, enquanto Carolina Mendes está no 34.º posto, com 6250 pontos. Do lado masculino, Frederico Morais está no 24.º posto, embora já tenha o seu lugar na elite mundial garantido. Mais atrás surge Vasco Ribeiro, na 38.ª posição, com 6250 pontos, a 4250 do top 12, que dá acesso ao circuito mundial de qualificação.
A última etapa deste circuito acontece entre o final de Novembro e início de Dezembro, em Haleiwa, no Havai, e é lá que vão ser decididas as últimas 12 vagas para o circuito mundial masculino e 6 para o circuito mundial feminino.
Apesar de as contas não jogarem a favor dos surfistas portugueses, todos ainda têm possibilidade de conseguirem alcançar a qualificação, de forma a se juntarem a Frederico Morais na elite mundial. Para isso, o requisito na etapa final é bem elevado para praticamente todos. Só algo como uma presença nas meias-finais ou final, dependendo do resultado de terceiros, deverá ajudar o sonho lusitano nas ondas havaianas – o triunfo vale 10 mil pontos.
Fonte: ANS – Associação Nacional de Surfistas
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