Opinião

Carta aberta ao Sr. Ministro da Defesa Nacional

Foto: Lusa

Na sua vontade e ímpeto reformista de que parece estar imbuído, e na minha opinião, corretamente, relembro-lhe a necessidade de reformular totalmente o Ministério da Defesa Nacional, que tutela. A última grande remodelação do Ministério da Defesa Nacional foi feita por um seu longínquo antecessor, “in ilo tempore“, de seu nome Diogo Freitas do Amaral, o grande reformador das nossas Forças Armadas atuais, em cuja Lei de Defesa Nacional que aprovou e, que ainda se encontra em vigor, imprimiu indelevelmente o seu cunho pessoal de administrativista de excelência, tendo no entanto, relativamente à organização do Ministério da Defesa Nacional, duplicado todas as funções existentes na altura no Estado Maior General das Forças Armadas, EMGFA, com a justificação de que o seu chefe, o CEMGFA da altura, não lhe dava nenhuma da informação que necessitava, para poder decidir e governar efetivamente o Ministério.

Se no período em que o Professor Freitas do Amaral foi Ministro da Defesa Nacional, ainda subsistia uma democracia
tutelada pelo Conselho da Revolução e, se a solução na altura encontrada, para ter acesso à informação que necessitava para decidir, foi a de duplicar toda a estrutura do EMGFA, atualmente tal modelo não se justifica, é desnecessário e dispendioso.

É pois necessário que na sua reforma subsequente que, vai necessariamente ter de efetuar, pois vai ter de dar poderes efetivos ao novo CEMGFA, tornando-o um verdadeiro “Chief of Defence“, à semelhança de todos os nossos aliados, vai ter também de reestruturar o seu Ministério totalmente, e tudo repensar, devendo inclusive reduzir o seu gabinete.

Por favor, não se fique por meias tintas, em termos de reformas, senão é preferível que seja um troca-tintas.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva