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Campanha de Segurança Rodoviária identifica locais com maior concentração de acidentes mortais

Automais - Autosport

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) lança hoje, dia 31 de Julho, a Campanha de Segurança Rodoviária “Dê prioridade à vida, tendo como objetivo apelar a todos os que circulam nas estradas e nas ruas que o façam em segurança, convocando-os a dar prioridade à vida e a proteger não só a sua vida, mas também a da sua família e a dos outros.

Esta campanha, que decorre durante o mês de agosto, período em que as deslocações são mais frequentes e longas, assinala os locais com maior concentração de acidentes mortais, para que nesses locais a atenção e o cuidado na condução sejam redobrados. Estes locais serão também divulgados através na plataforma de navegação Waze, estando também disponível para outras plataformas que estejam interessadas em divulgar.

Trechos de estrada com demarcação quilométrica (inclui Autoestradas, Itinerários Principais, Itinerários Complementares e Estradas Nacionais e exclui Arruamentos e Estradas Municipais e Florestais) em que a distância entre dois acidentes mortais é inferior a 2km. O período considerado foi de janeiro de 2018 a abril de 2023. A identificação dos acidentes com vítimas mortais considerou informação a 30 dias quando disponível. As vítimas de 2023 foram consideradas pelo critério de 24 horas. Os dados de 2023 são provisórios.

1,5% da extensão da rede rodoviária nacional concentra um terço dos acidentes das vítimas mortais

O critério para identificar os locais com maior concentração de acidentes mortais teve por base os trechos de via com demarcação quilométrica (Autoestradas, Itinerários Principais, Itinerários Complementares e Estradas Nacionais) onde se registaram pelo menos dois acidentes mortais com uma distância entre si inferior a dois quilómetros, no período entre janeiro de 2018 e abril de 2023.

Como resultado foram identificados 175 locais, que têm uma extensão acumulada de cerca 325 quilómetros, representando 1,5% da rede rodoviária nacional onde se registaram 468 vítimas mortais, cerca de um terço (31%) do total de vítimas mortais registadas no período referido (1.527), nas vias abrangidas pelo critério.

Metade da extensão da rede rodoviária com maior concentração de acidentes mortais e metade das vítimas mortais registaram-se nos distritos de Lisboa, Setúbal, Porto, Leiria e Aveiro

É nos distritos de Lisboa, Setúbal, Porto, Leiria e Aveiro que se encontra metade da extensão da rede rodoviária (164 quilómetros) com maior concentração de acidentes mortais, e onde, entre janeiro de 2018 e abril de 2023, 232 pessoas perderam a vida (metade das vítimas mortais nestes locais).

Lisboa é o distrito onde se registaram mais vítimas mortais nos locais com maior concentração de acidentes mortais (53 vítimas mortais), sendo o trecho da marginal (EN6) entre a praia de Carcavelos e Cascais (km 11,2 ao km 18,5) aquele que mais vítimas mortais registou, não só a nível distrital, mas também a nível nacional: 12.

De seguida, temos o troço entre o km 20,9 e 29,8 da EN4 no distrito de Setúbal que registou 8 vítimas mortais, e troço entre o km 217,4 e o km 211,2 da A1 no distrito de Aveiro que registou 7 vítimas mortais.

IC2, IC1, A1, EN125, EN18, EN4 e EN109 representam um terço das vítimas mortais nos locais de concentração de acidentes mortais

O IC2, que atravessa os distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa, é a estrada que tem o maior número de locais de concentração de acidentes mortais – 13 – numa extensão acumulada de 24 quilómetros e onde se registaram, no período em análise, 31 vítimas mortais.

A A1 tem 10 locais de concentração de acidentes mortais distribuídos pelos distritos do Porto, Aveiro, Santarém e Lisboa, numa extensão acumulada de 22 quilómetros e onde também 31 pessoas perderam a vida no mesmo período.

O IC1 nos distritos de Beja e Setúbal registou 6 locais de concentração de acidentes mortais, onde em 25 quilómetros morreram 20 pessoas.

Na EN125 também se registaram 6 locais de concentração de acidentes mortais, onde 17 pessoas perderam a vida no período de referência, numa extensão acumulada de 13 quilómetros.

A EN18, que atravessa os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, também registou 6 locais de concentração de acidentes mortais em 11 quilómetros, com 16 vítimas mortais.

A EN4 nos distritos de Setúbal, Évora e Portalegre registou 18 vítimas mortais em 5 locais de concentração de acidentes mortais, e a EN109 em Leiria e Coimbra, 16 vítimas mortais, distribuídas por 5 locais de concentração de acidentes mortais.

No total estas 7 estradas representam um terço dos locais de concentração de acidentes vítimas mortais, e um terço das vítimas mortais, no período de referência.

Meios de divulgação da campanha

Com uma forte aposta na comunicação direta com todos os que circulam nas estradas portuguesas, a campanha “Dê prioridade à vida” é divulgada através de outdoors em zonas urbanas e nas autoestradas, Itinerários Principais, Itinerários Complementares e Estradas Nacionais, Painéis de Mensagem Variável nas redes rodoviárias, para além da televisão, rádio regional e local e redes sociais, e da divulgação nas redes sociais dos parceiros habituais.

Combater a Sinistralidade Rodoviária e Dar Prioridade à Vida

Importa lembrar que a sinistralidade rodoviária é uma tragédia mundial: todos os anos morrem 1,35 milhões de pessoas em todo o mundo. São 3.700 pessoas por dia, 1 pessoa a cada 24 segundos. É a primeira causa de morte dos 5 aos 24 anos.

Em Portugal, e apesar dos bons resultados obtidos nas últimas duas décadas, em média perdem a vida nas estradas e ruas cerca de 600 pessoas, um número muito longe do único aceitável: Zero mortes na estrada.

Depois de um decréscimo verificado desde 2018, no primeiro semestre de 2023 verificou-se um aumento face a 2022, com índices equiparados a 2019.

Por ano, o custo económico e social da sinistralidade rodoviária em Portugal atinge os 6,4 mil milhões de euros, um valor que corresponde a cerca de 3,03% do PIB.

Mas a sinistralidade rodoviária é muito mais do que números ou mera estatística. É um fenómeno com um profundo impacto social que se reflete de forma dramática na vida das pessoas.

O combate à sinistralidade rodoviária é a prioridade da ANSR, mas este combate só é vitorioso se os vários intervenientes do sistema, todos os utilizadores das estradas e das ruas portuguesas e toda a sociedade assumirem o seu compromisso e a sua responsabilidade nesta causa: Dar Prioridade à Vida e salvar vidas.

Queremos travar esta tragédia e Dar Prioridade à Vida. Queremos que ninguém perca a vida na estrada e que consiga chegar ao seu destino de férias e regressar a casa em segurança.