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Borrell tenta arranjar uma solução diplomática para a guerra em Gaza

Foto: TRT

O facto de um governo de Israel, ter tido uma deriva autocrática de extrema-direita torna-o cada vez mais próximo dos seus vizinhos islâmicos, pois Israel está em risco de se tornar, também, um estado confessional cuja religião determina a política.

Estou preocupado por ver as democracias liberais em apuros, tomadas por partidos de extrema-direita que tomam de assalto as democracias liberais, entrando nas instituições destas para as destruir por dentro, de que Israel, em minha opinião, é hoje um exemplo, pois o Primeiro-Ministro de Israel ao apoiar-se nesse tipo de partidos de extrema-direita, com a agravante de serem também partidos ortodoxos judeus, numa tentativa desesperada de sobreviver politicamente, está a arrastar o país para uma democracia iliberal confessional.

Estou preocupado com o facto do governo de Israel não acatar as ordens do Tribunal de Justiça Internacional para acabar com o ataque a Rafah, vitimizando-se como fazem sempre estes democratas iliberais, mais parecidos com autocratas do que democratas.

Estou há anos preocupado com a dificuldade ou mesmo impossibilidade de conseguir pôr a falar dois estados, a Palestina e Israel, tomados por partidos que baseiam a sua ideologia na religião, e que por ela se digladiam surdos que estão da razão.

Josep Borrell, tem sido a voz que mais tem defendido que os princípios do Direito Internacional não estão a ser cumpridos, e que a UE deve fazer parte da resolução do conflito, e por isso depois de condenar a atuação de Israel, está presentemente a reunir no Conselho Europeu, os países vizinhos de Israel e a Liga Árabe, para tentar no plano multilateral, encontrar uma solução diplomática para o fim do conflito, uma iniciativa louvável que espero que tenha sucesso, embora duvide, pois Israel nem à pressão dos EUA tem atendido obcessionados que estão em destruir o Hamas, objetivo inalcançável.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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