Os EUA pediram aos britânicos que não autorizassem os ucranianos a utilizar os mísseis de longo alcance que forneceram aos Ucranianos, para evitar escalar a guerra para o patamar nuclear, levando muito a sério as ameaças de Moscovo.
Os britânicos têm sempre uma postura mais agressiva nos conflitos armados em que se metem, do que os norte-americanos, precipitando normalmente posteriormente os EUA. a apoiá-los, às vezes contra vontade. Desconheço se os britânicos sabiam da ofensiva Ucraniana em Kursk, mas se havia algum país aliado ocidental que soubesse, eram pela certa eles.
É preciso antes de tomar qualquer decisão de utilização de capacidades militares ucranianas providas com sistemas de armas ocidentais, fazer uma análise séria do risco, em tomar essa decisão, e no caso em apreço ela só deve ser dada se dessa utilização se conseguir que esta seja o catalisador dum “game changer da Guerra”, o virar do jogo dos ucranianos, que esperamos que aconteça há cerca de um ano.
A invasão de Kursk pode vir a ser esse momento do virar da guerra, vamos esperar que seja, e em minha opinião, faz sentido neste momento explorar esse aparente sucesso , atacando os Russos em profundidade, ou seja concordo plenamente com Josep Borrell, que no final do Conselho de Ministros das Relações Externas da UE, afirmou que a decisão de autorizar agora o uso de armas ocidentais em território Russo, compete exclusivamente aos Estados-membros, desvalorizando as linhas-vermelhas de Putin, ou seja, assumindo o risco que essa decisão comporta.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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