As esperanças num novo ano, num ano melhor e diferente do anterior, fazem parte do imaginário de todos nós, todos os anos, pois nele depositamos todos os nossos desejos, desde o deixar um vício, ao melhorar duma doença, até ao mais normal e banal de todos, o de por milagre, enriquecermos sem esforço, ganhando o Euro milhões ou outro qualquer jogo de sorte, ou esquema mirabolante.
Normalmente, todas estas intenções caem por terra no dia de ano novo, pois elas próprias, eram uma forma pouco subtil, de nos enganarmos a nós próprios, postergando decisões que já deveríamos ter tomado, mas que decidimos, por inação, enfrentá-las mais tarde.
Normalmente, no dia de ano novo celebra-se o Dia Mundial da Paz, uma utopia que gostamos de abraçar coletivamente, em que o próprio conceito só existe em contraposição ao conceito de guerra, que é um conceito cada vez mais lato, porque atualmente entre a paz e a guerra, existem hoje tantos conceitos intermédios, a que se teima em não chamar guerra, que chegamos a ter saudades do maniqueísmo dos conceitos iniciais.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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