Opinião

As “Task Forces”

As “Task Forces” foram constituídas inicialmente, para o levantamento de uma força conjunta,
ad hoc“, para efetuar uma missão de combate específica. As “Task Forces“, ou forças tarefa, são normalmente necessárias, quando as estruturas orgânicas não têm capacidade de efetuar uma missão inopinada, sendo sempre estabelecidas por um limitado período de tempo.

Caso a tarefa ou missão, para a qual houve necessidade de se levantar uma “Task Force
termine, esta termina. Caso a missão se torne permanente é levantada uma nova estrutura
orgânica, e integrada noutra já existente, ou é levantada uma nova estrutura orgânica
independente.

Vem esta crónica a propósito de, devido à pandemia, o Governo ter tido necessidade de
levantar, até ao momento duas “Task Forces“, uma para responder com eficácia aos desafios
de planear, controlar e supervisionar a vacinação anti-Covid, e outra, para auxiliar o Governo a
comunicar eficazmente com o povo, por forma a que a mensagem chegue aos recetores sem
ruído.

Da pandemia, derivada do SARS COV-2, em minha opinião, ressaltou a existência duma lacuna
grave na estrutura orgânica do Conselho de Ministros, relativa à inexistência, em
permanência, dum gabinete de crise na dependência direta do Primeiro-Ministro, com a
capacidade de responder eficientemente a uma crise e de poder crescer, ou seja, poder ser
reforçada com os “experts” considerados necessários, para responder com eficácia a
qualquer crise que, eventualmente venha a ocorrer novamente.

Caso existisse um gabinete de crise, montado a sério, com capacidade de crescer para
integrar os “experts” necessários, não tinha havido necessidade de se levantarem “Task
Forces
” .

A existência dum gabinete de crise orgânico, na dependência do PM, tem inúmeras
vantagens, de que destaco, o facto de nele existir pessoal, um “core” permanente, habituado a
trabalhar em comum e com procedimentos consolidados treinados e testados.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva