Portugal nunca colocou formalmente em causa os Tratados, as leis e os regulamentos que vêm da UE, na elaboração dos quais muitas vezes se demite por inércia e porque verdadeiramente o que lhe interessa é conseguir, em termos populares sacar o mais possível, dando o mínimo possível, e com os rendimentos do saque, quando as coisas correm bem afirmarem que o Governo governa bem, e quando as coisas correm mal, a culpa é da UE.
A atitude de Portugal é sempre igual em relação à UE, independentemente do partido que esteja no Governo. Quando fui delegado de Portugal no grupo de desenvolvimento de Capacidades Militares da UE, a minha diretiva informal de atuação era a de apoiar sempre a posição Britânica que, era a mais anti-UE de todas, tanto era que tudo obstaculizavam, até que finalmente saíram da instituição.
Orbán, independentemente de ser um democrata iliberal, e Costa ser um socialista, comunga com este a sua posição em relação à UE, ou seja, alinhamos com um autocrata, que coloca obstáculos em todas as decisões europeias, tenta da UE tudo sacar, não querendo ceder nada, ou seja, deixámos de seguir os britânicos para seguir, ainda que envergonhadamente, os húngaros.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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