Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal, já diz o nosso provérbio popular, que expressa a ingénua sabedoria dum povo predominantemente rural, em que as imagens que utiliza e utilizava refletiam sabiamente essa mesma natureza.
É pois impossível, de acordo com a lógica do provérbio, querermos ter uma forma alternativa de energia, que não a proveniente de combustíveis fósseis, sem pagarmos um preço elevado, na transformação de toda a economia global.
A transformação em curso, passa pela necessária exploração de outro tipo de recursos naturais, que garantam essa mesma transformação, como é o caso do lítio, que ao que parece possuímos em abundância nalgumas regiões do nosso país, facto que à partida, pode vir a constituir um fonte substancial de receitas para Portugal.
Claro que para se iniciarem efetivamente estas novas explorações mineiras, têm que ser cumpridos todos os requisitos legais, que incluem os necessários e fundamentais, estudos de impacto ambiental, como forma de minimizar os danos, que irremediavelmente têm que vir a haver, quer na paisagem, quer no modo de vida das populações vizinhas das novas explorações.
Sabemos que a UE está muito preocupada em reciclar as baterias de lítio usadas, por forma a que este possa ser reutilizado, evitando assim que haja uma sobre-exploração de recursos, que causem danos irreparáveis, nos países que os possuam, como é o caso de Portugal.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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