Geral Opinião

As lojas dos chineses e o capitalismo de Estado

A China investe nos outros estados sempre através de empresas estatais, ou seja, exercendo o que designo por capitalismo de Estado.

Em Portugal, investiram há uns anos nos setores estratégicos da eletricidade, redes de energia, tentaram investir nas comunicações através da tecnologia 5G, não tendo no entanto concretizado esse desiderato por oposição explícita das autoridades dos EUA.

Para além dos setores estratégicos os chineses dominam o mercado de utilidades, os antigos bazares que hoje, tudo ou quase tudo vendem.

Os pseudoempresários chineses e suas famílias que dominam esse mercado de retalho, são escolhidos e enviados para todo o mundo, pelas autoridades chinesas, que lhes fornecem o dinheiro para investirem nos países por elas escolhidos, e os inserem na sua rede de distribuição nacional e internacional.

As esquadras chinesas recém-descobertas em toda a Europa, travestidas de Associações de Apoio à Integração, controlam os seus compatriotas pseudoempresários e famílias através da coação que exercem ameaçando a família que na pátria ficaram. O comércio das lojas chinesas é uma forma de capitalismo do Estado Chinês.

O Chanceler alemão, ex-Presidente da Câmara de Hamburgo, foi esta semana à China, na sequência da provável cedência dum terminal de contentores do porto de Hamburgo a uma empresa estatal chinesa, facto que está a ser muito contestado na UE e nos EUA que não gostam de mais esta cedência estratégica ao Capitalismo Estatal Chinês, pois vêm-na como uma ameaça.

Na citada visita, para além da eventual cedência do Porto de Hamburgo, o Chanceler irá tentar estabelecer bilateralmente várias outras relações de cooperação e de parceria estratégica, com especial enfoque no mercado de “Chips” e de semicondutores, com o Estado Chinês, que poderão colocar a Alemanha numa posição de dependência estratégica da China semelhante à que tinha com a Rússia em relação à energia.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma