Paulo Portas, enquanto MDN, ofereceu à União Europeia uma capacidade de Comando e Controlo de Forças de Operações Especiais, em todo o mundo este comando é independente dos ramos e está ao mesmo nível deles.
As forças sob seu comando, oriundas dos três ramos das FAs, ficam exclusivamente dependentes dele, dado que não sendo as missões dessas forças de operações especiais, missões regulares, ninguém exceto políticos ao mais alto nível e CHOD, nelas se deve intrometer. O caso mais típico duma missão deste género foi a missão dos Seal para liquidar Ben Laden.
Coordenei um estudo sério sobre o assunto, de levantar uma Capacidade de Comando e Controlo de Operações Especiais, e fui a Conselho de Chefes de Estado Maior apresentá-lo pessoalmente.
Ouvi na altura as maiores barbaridades da boca dos quatro chefes, que deviam ser profissionais de excelência, tudo porque nenhum queria perder a sua ridícula capacidade em operações especiais e, nenhum queria sequer ouvir a palavra conjunto, unicamente porque lhes retirava poder.
Nenhum apresentou, nem apresenta atualmente em relação à remodelação da Estrutura Superior das Forças Armadas, que está esta semana a ser discutida na Assembleia da República, nenhuma justificação válida para não mudar, a não ser a perda de poder, a perda da independência dos ramos, a perda de poder gerar capacidades e aprontá-las, como se estivéssemos há 50 anos atrás, em plena Guerra Colonial. .
A criação do CHOD é fundamental, para se efetuarem economias de escala e evitar redundâncias e desperdícios.
O corporativismo não é bom para o país.
É assim em todo o mundo, só nós é que estamos com o passo certo?
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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