Há dias, quando regressava de uma reportagem que tinha feito na Achada, despertou-me a curiosidade uma viola portuguesa gigante que estava exposta numa das salas da ADRA. Aproximei-me do vidro para ver com mais detalhe aquela peça que me tinha chamado à atenção, fui abordado por alguém que me convidou a entrar, convite que naturalmente aceitei.
Apresentamo-nos e é então que descubro que estava na presença do artista que tinha feito aquelas peças em metal. Arnaldo Batalha é serralheiro e faz peças de arte do desperdício que fica dos projetos que faz em aço e ferro para a construção civil.
Conversámos e mostrou-me no seu telemóvel outros trabalhos feitos por si, entre os quais um que muita gente deve conhecer mas que por certo, a maioria desconhece a autoria, o imponente cavalo que existe no parque no Mafra Hotel, obra a que chamou “Cavalo Livre”.
Tem uma peça exposta na Assembleia da República, “Olho da Vida” e já participou em diversas exposições.
Os animais são o tema de eleição, mas também os instrumentos musicais, como a guitarra portuguesa e duas violas que estão expostas na Achada. Uma dessas violas esteve patente no Coliseu Micaelense durante um evento de blues. Participou em certames em embaixadas, hotéis, em eventos coletivos. Expôs em Ponta Delgada, Lisboa, Estoril, Ericeira e Sintra, mas nunca em Mafra, facto que o entristece.
Muitas vezes somos surpreendidos por talentos “da terra” que nunca ligamos às pessoas com que nos cruzamos nas ruas e no comércio local. Arnaldo Batalha é um desses casos, um anónimo empresário de Mafra que transforma ferro e aço em peças de arte.
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