O Aquário Vasco da Gama da Marinha Portuguesa, no ano em que comemora 125 anos, vai libertar cerca de 900 peixes de água doce, nos dias 14 e 23 de Março, nos concelhos de Grândola e de Mafra respectivamente.
O Aquário Vasco da Gama, em parceria com o MARE-ISPA e a Faculdade de Medicina Veterinária, participa no projeto “Conservação ex situ de organismos fluviais”. O objetivo do projeto é reproduzir e manter espécies nativas de peixes de água doce da fauna portuguesa, criticamente em perigo, para repovoamento dos seus rios de origem.
Os rios são posteriormente visitados e as populações de peixes são monitorizadas pelos investigadores do MARE-ISPA. As instituições participantes realizam ainda, com as escolas locais, atividades de educação para a conservação destas espécies nativas e dos seus habitats.
Esta é uma forma de proteger as espécies consideradas criticamente em perigo devido à redução das populações no meio natural, provocada por vários fatores: descargas de poluentes, ocorrência cada vez mais frequente de verões prolongados e secos, destruição da vegetação das margens e proliferação de espécies invasoras vegetais e animais.
Informação adicional
Alguns destes peixes, reproduzidos e criados no Aquário Vasco da Gama, são agora libertados no meio natural, antes do início da época de reprodução, com a autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas:
• No dia 14 de março, cerca das 15h30, serão libertadas, na ribeira de Grândola (no Eco-Parque Montinho da Ribeira), 600 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum) nascidas no AVG entre 2019 e 2022, descendentes de exemplares capturados na mesma ribeira. Esta é uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal onde vive nas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Sado e nas pequenas ribeiras da região Oeste e da região entre o Sado e o Mira.
• No dia 23 de março, cerca das 11h00, perto de Sobral da Abelheira, Mafra, serão libertados, no rio Safarujo, 300 ruivacos-do-oeste (Achondrostoma occidentale) nascidos no AVG entre 2019 e 2022, descendentes de exemplares capturados no mesmo rio. Esta é uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe em Portugal e apenas em 3 rios: Safarujo, Alcabrichel e Sizandro.
Este mês o AVG já realizou mais duas destas ações, uma no dia 09 com a libertação de 35 bogas-portuguesas (Iberochondrostoma lusitanicum), 2 escalos-do-sul (Squalius pyrenaicus) e 2 verdemãs (Cobitis paludica), no rio Jamor, que tinham sido resgatados pelo AVG e pela Câmara Municipal de Oeiras, em agosto do ano passado, devido à seca que se fazia sentir na região. A segunda ocorreu no dia 10 de março, em Mértola, onde foram libertados cerca de 60 saramugos (Anaecypris hispanica), no âmbito de uma colaboração com o projeto de conservação desta espécie, desenvolvido pelo Parque Natural do Vale do Guadiana. Esta é uma espécie considerada criticamente em perigo que apenas existe na Península Ibérica, na bacia do Guadiana.
Notas aos OCS
Para efeitos de acreditação para a ação de dia 23 de março, a presença deve ser confirmada até ao dia 22, quarta-feira, às 12h00 para o e-mail marinha.rp@marinha.pt
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