António Costa, no primeiro dia em que assumiu a Presidência do Conselho da UE, foi à Ucrânia falar com Zelensky, e levou consigo a nova alta representante da Política Externa da UE e o Comissário para o alargamento.
Esta representação de alto nível da união é sinal que, a instituição não vai deixar a Ucrânia sem apoio, e que está a considerar a sua entrada num futuro próximo, aquando do próximo alargamento, ou mesmo antes, dada a urgência da situação ucraniana, em todos os níveis, após quase três anos de guerra contra a Rússia.
O alargamento da UE à Ucrânia, permitirá ao país ter, para além de um envelope financeiro para a sua reconstrução, aceder a fundos de coesão, e sobretudo poder contar com apoio logístico e eventualmente militar na sua luta contra a Rússia, dado que de acordo com o Tratado de Lisboa, a Ucrânia pode despoletar a cláusula de assistência mútua, que tem uma formulação muito semelhante ao artigo V da NATO, pelo menos em termos teóricos.
A Ucrânia, se entrar imediatamente para a UE, irá ser um grande encargo para a instituição e consequentemente para os atuais 27 Estados-membros algo que António Costa, enquanto Primeiro-ministro de Portugal, queria postergar o mais possível, pois em termos estratégicos tal entrada, em nada beneficiaria Portugal, pois perderíamos certamente acesso a grandes volumes de fundos, para o nosso desenvolvimento.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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