Geral Opinião

Análise das mais recentes guerras

Fonte: EBC

Nos últimos conflitos, entre forças regulares e forças de guerrilha, e entre forças regulares assimétricas, têm sido utilizadas uma panóplia de poder de fogo, nomeadamente, obuses, foguetes, drones e mísseis, lançados por distintos vetores, sobre as cidades, deixando-as completamente destruídas.

Os aglomerados urbanos deixam, com a destruição total, de ter qualquer tipo de préstimo ou de utilidade após a sua conquista, sem nenhum valor, tática, operacional ou estratégico, fruto do efeito cinético da bombas, caraterística não mudou desde o fim da ll Guerra Mundial, mudaram sim alguns vetores de lançamento, reduzindo os perigos para a aviação, dada a difusão generalizada de mísseis antiaéreos “man-pack“ de baixa altitude.

A outra caraterística que relevo é que atualmente estes sistemas de armas, mais sofisticados, conseguem ser eficientes e eficazes, em todas as condições atmosféricas e no caso da aviação, 24 sobre 24 horas, sem desculpas de não haver teto. No combate terrestre está a privilegiar-se mais o combate noturno que o diurno, para tirar partido da proteção que a escuridão proporciona.

Malgrado toda a sofisticação e precisão dos novos sistemas de armas, no entanto analisando a destruição generalizada que os contendores continuam a  provocar, aliado ao elevado número de baixas por estas provocadas nas diferentes guerras, podemos concluir que os contendores privilegiam a destruição total do edificado, desprezando as baixas colaterais que estas possam provocar.

O espaço cyber tornou-se um espaço de guerra tão importante, como o combate no espaço real, bem como a guerra eletrónica que nalgumas Forças Armadas integram as unidades de cibersegurança.

A guerra está a ser desencadeada em todas as dimensões, sendo cada vez mais importante que  seja executada holisticamente, o que inclui a dimensão comunicacional, cada vez com mais relevância, algo que a Inteligência artificial já ajuda nessa complexa gestão.

A tendência para a guerra do futuro, parece vir a privilegiar mais o uso de drones terrestres, aéreos, e navais à superfície e submergíveis, em detrimento dos meios convencionais atuais, todos eles coordenadas pela inteligência artificial, que cada vez mais vai sendo utilizada como uma ferramenta indispensável para todo o planeamento operacional, simulação, auxílio à tomada de decisão As “boots on the ground” serão o último recurso a utilizar para se evitarem baixas.

A energia necessária ao combate e ao transporte, vai paulatinamente mudar, para outras fontes energéticas em desenvolvimento.

A I&D assumirá cada vez mais um papel de relevo no desenvolvimento de novas capacidades militares. Neste sentido o uso dos “lasers”, serão mais generalizados, não só no guiamento de munições, mas inclusive como arma. O desenvolvimento de novas capacidades militares tem de se fazer de acordo com o efeito que estes pretendem atingir operacionalmente.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Tags