Geral Opinião

Algumas notas pessoais sobre a minha visita oficial a Israel

Foto: Remessa Online

Ficaram-me sempre como recordações da minha visita oficial a Israel, dois factos que comigo se passaram que nunca esqueci pelo insólito e por me terem perturbado pela estranheza dos mesmos.

Num deles, um jovem oficial do Exército que acompanhava o grupo onde estava inserido, na nossa visita aos territórios sírios ocupados nos Montes Golã, ao cruzarmos por uma coluna de capacetes azuis da ONU, volta-se para nós sorrindo e apontando para as siglas de UN de branco pintadas nas viaturas, e questiona-nos se sabemos o que realmente significa aquela sigla. Perante o mutismo da audiência o oficial empolga-se e diz que UN quer dizer “United Nothing”, anedota que na prática consubstancia o desrespeito, que lhe foi inculcado na sua formação como militar à organização, que Israel tem pela organização de que ignora todas as decisões condenatórias e mandatórias, por estar protegido das suas consequências, dado na prática ser um protetorado dos EU que só nesta administração tem quatro judeus, incluindo o Secretário de Estado Antony Blinken.

O outro acontecimento ocorreu aquando na visita a Jerusalém Ocidental, numa altura em que me saí do grupo escoltado por agentes de segurança israelita para efetuar uma compra de uma pequena recordação e o palestiniano dono da loja, se ter recusado, gritando, bracejando e com um olhar roçando o ódio, a vender-ma, por eu estar num grupo com segurança israelita. Este acontecimento, em minha opinião, é na prática uma expressão do ódio que estes dois povos que coabitam no mesmo espaço têm entre si.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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