Nada melhor que um problema na rede elétrica, para percebermos o problema da total dependência de todas as redes, da rede elétrica, a mãe de todas as outras, que é essencial para que todas as outras funcionem, pelo que tem de haver sempre sistemas geradores de energia alternativos, em “back up”, sempre prontos para repor energia na rede em caso de necessidade de uma forma imediata, bem como de proteger a rede elétrica contra ciberataques ou ataques terroristas de sabotagem, necessitando por isso de tornar os cabos da distribuição da rede elétrica mais resilientes, e redundantes para que esta funcione sem disrupções.
Desconhecemos ainda se houve um ciberataque à rede elétrica espanhola, e mesmo que não tenha acontecido, em minha opinião, devemos ter sempre em alternativa a possibilidade de voltarmos a usar os sistemas analógicos existentes no passado, em todas as redes críticas, como na rede elétrica e telefónica que, em minha opinião, nunca deveriam ter sido completamente desativados, pelo menos para manter estruturas essenciais em funcionamento, já que hoje em dia é impossível que a todas as exigências estes respondam, pois estes não são de maneira nenhuma redundantes.
A rede da Internet, hoje em dia essencial, que ontem esteve praticamente inativa, é também uma rede extremamente vulnerável, de “per si,” quer a ciberstaques, quer a ataques físicos aos seus cabos submarinos, por onde passa praticamente toda a informação que liga vários continentes, pelo que é necessário, para além de a defender de ataques Ciber, de a defender contra sabotagens, ou acidentes fortuitos tendo para isso de haver cabos redundantes, e mais resilientes, pois a maioria são cabos de fibra ótica com uma pequena cobertura de proteção, de um pequeno diâmetro, quase da espessura de uma mangueira de jardim muito.
A segurança física dos cabos submarinos é pois essencial na atualidade e esta é normalmente garantida normalmente, por navios de superfície, por drones e sensores subaquáticos, por satélites para monitorar navios suspeitos, e aviões com capacidade antissubmarino, bem como estabelecer ou reforçar a cooperação com os vários estados por onde estes passem.
Sendo Portugal um país com uma grande importância geoestratégica, por onde passam e estão amarrados vários cabos submarinos , que ligam a Europa aos Continentes Americanos e a África, é necessário que o país disponha de meios para o fazer, pelo que estes têm de ser prioritários. Saúdo o facto de estarmos a instalar doze nano satélites para monitorização do tráfego, mas temos de fazer muito mais, em termos das outras vertentes que referi.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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