Lula da Silva tomou posse como Presidente do Brasil no primeiro dia do corrente ano, tendo na sequência desse ato solene, cumprimentado em primeiro lugar o nosso Presidente, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, gesto simbólico mas de sublime importância, pois consubstancia a sua vontade de normalizar as relações de amizade entre os dois países-irmãos, relação que tinha oficialmente esfriado durante o Consulado de Bolsonaro, que durante a sua magistratura suprema, nunca visitou oficialmente Portugal.
No entanto, e apesar de tudo as relações profundas entre os povos dos dois países e as suas economias, malgrado a má vontade explícita de Bolsonaro para com Portugal, intensificaram-se bastante, tendo havido um grande afluxo de migrantes brasileiros para o nosso país, que muito têm contribuído para o nosso PIB com a sua força de trabalho, bem como para mitigar o nosso endémico decréscimo de natalidade.
Noutras áreas importantes, no mandato de Bolsonaro também continuaram os intercâmbios culturais, científicos e económicos entre os dois países, de que destaco os investimentos Embraer em Portugal.
Pelo que afirmei, posso concluir que as relações entre os dois países são estreitas e sobrevivem mesmo quando há má vontade do poder político vigente, pois elas fazem parte das nossas idiossincrasias como povos, a que Agostinho da Silva tanto se referiu, investigou e escreveu, na senda do luso-tropicalismo português tão bem descrito no livro “Casa Grande e Senzala“ de Gilberto Freire.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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