A solidão na terceira idade é um problema muito comum, com um impacto a nível emocional, mas também na saúde dos mais velhos. Saiba como pode ajudar.
Os períodos de celebrações (como os aniversários ou o Natal) acabam por ser uma época emotiva e solitária para os mais velhos, seja pelo facto de os cônjuges já terem morrido, por estarem doentes ou, em muitos casos, por não terem ninguém com quem festejar. Mas não é só nessas alturas que a solidão surge. Sejam os nossos pais, outros familiares ou vizinhos de toda a vida, todos nós temos entes queridos que já atingiram uma idade avançada e cujo bem-estar nos preocupa. Ajude-os a não se sentirem sozinhos.
Impacto da solidão na terceira idade
Um estudo de 2012, conduzido por investigadores da Universidade da Califórnia, São Francisco, e que envolveu 1604 seniores residentes nos Estados Unidos da América (a média de idades dos participantes era de 71 anos), apurou que a solidão podia ser especialmente debilitante, podendo predizer o declínio de capacidades funcionais no desempenho de atividades diárias, problemas graves de saúde e, até, a morte.
Esta pesquisa, que se debruçou especificamente no impacto da solidão, apurou que 43% dos seniores que participou afirmou sentir-se sozinho, embora 25% destes 43% vivesse acompanhado.
O círculo vicioso da solidão
De acordo com o mesmo estudo, os seniores que se sentiam sozinhos tinham um risco 59% maior de declínio mental e físico quando comparados com os seniores que não sofriam de solidão.
Já uma pesquisa levada a cabo pela Universidade de Chicago verificou que os seniores que se sentiam sozinhos tinham maior propensão para adotar comportamentos que os faziam isolar-se ainda mais, afastando as pessoas que os rodeavam e não fazendo esforço para interagir com os outros.
Causas da solidão
Não existe uma causa única, pois são vários os fatores que podem contribuir para que os seniores se sintam sozinhos. Entre estes encontram-se a transição de uma vida ativa para a reforma, a morte do cônjuge, de outros familiares ou de amigos próximos, o aparecimento de doenças, a diminuição das capacidades funcionais e/ou cognitivas e a dependência de terceiros – e a consciencialização dessa realidade.
5 estratégias anti solidão para pôr em prática todos os dias
- Saber ouvir: Demonstrar interesse por aquilo que os mais velhos têm para contar, dando-lhes oportunidade para nos ensinarem aquilo que sabem, é um gesto muito simples e, no entanto, muito importante para eles (e enriquecedor para nós!).
- Manter o contacto: Trate-se dos seus pais ou de outros familiares, visite-os e telefone-lhes regularmente, convide-os para irem almoçar ou jantar a sua casa, peça-lhes ajuda para tomar conta dos netos e passar algum tempo com eles e promova atividades que saiba serem do agrado da pessoa e que lhe dê oportunidade de conviver.
- Ensine-os a usar as novas tecnologias: Em primeiro lugar, os seniores vão sentir que ainda têm capacidade para aprender coisas novas e descobrir interesses e atividades. Por outro lado, e especialmente no caso de seniores com mobilidade reduzida, existe a grande vantagem de poderem contactar facilmente com os familiares e amigos. Se não tiver tempo para ensinar, descubra se existe alguém que o possa fazer ou, no caso de se tratarem de seniores que se desloquem com facilidade, incentive-os a inscreverem-se num curso de informática.
- Incentive-os a fazer voluntariado: Para os seniores, sentirem-se úteis é muito importante. Se forem pessoas ativas e que gostem de sair de casa, incentive-os a ajudar os outros.
- Ajude-os a ter uma casa segura: Não estando diretamente ligada à solidão, uma casa segura diminui a probabilidade de acidentes que, por sua vez, podem conduzir ao isolamento. Encontre aqui algumas dicas para prevenir quedas.
Fonte: CUF
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