A segunda fase da invasão à Ucrânia, de acordo com o Estado-maior Russo começou, indo-se agora, de acordo com a fonte citada, concentrar no objetivo principal, a região do Donbass, que estão longe de controlar na totalidade, apesar de já terem decorrido 8 anos de guerra. acrescendo ora, mais cerca de um mês de invasão, e de destruição generalizada do país, sobretudo através de sistemas de misseis balísticos, de cruzeiro, e de bombardeamentos aéreos, que não correram de acordo com o desejado, pois provocou no Ocidente uma onda de solidariedade e de apoio político e com material de guerra inimaginável, com que Putin não contava, nem mesmo alguns dos governantes europeus mais iliberais, que se viram obrigados pelas opiniões públicas, a apoiar a Ucrânia.
Zelenski responde à declaração de que a Rússia iniciou a segunda fase da guerra, reiterando a sua, sempre reiterada posição, de que a Ucrânia não cederá um milímetro do seu território, sem que seja efetuado um referendo, e só após a Rússia se retirar unilateralmente da Ucrânia, pois enquanto achar que ainda pode não perder a guerra, e que a contra-ofensiva Ucraniana,, “nova esperança”, pode mesmo ganhar, não vai ceder nunca, ainda mais agora que a aparente mudança de objetivo Russa, pode ser lida como uma, ainda que pequena, vitória Ucraniana.
Zelenski com a sua estratégia comunicacional, tornou-se num verdadeiro líder, carismático, que conseguiu unir a UE e a NATO, no apoio à causa Ucraniana, a causa da autodeterminação das nações, que pertenceram a antigos Impérios que desapareceram, e que a anacrónica Rússia revisionista imperial de Putin, não parece querer perceber.
O Presidente Biden, excedeu-se verbalmente, este fim de semana na Polónia, ao afirmar que Putin não poderá permanecer no poder na sequência desta guerra, algo que, implicitamente, foi interpretado pelos Russos como o objetivo último da imposição de sanções económicas que o Ocidente, liderados pelos EUA, têm imposto à Federação Russa, pelo que em minha opinião, quaisquer negociações de paz em torno da resolução da guerra na Ucrânia, terão de colocar em cima da mesa esse dossier, imposto aparentemente para forçar a paz, vergando a Rússia.
A ronda de Biden à Europa, teve como resposta um desencadear e alargar os bombardeamentos, às portas da Polónia, numa clara tentativa mista de demonstração de força, e de desafio, que em minha opinião é mais uma demonstração desesperada de fraqueza numa fase da guerra, que não está a correr bem a Putin.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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