A França tem vindo a perder a sua influência no Sahel e no Norte de África, países francófonos em prol da Rússia que através do grupo Wagner têm a vindo a substituir, paulatinamente na região as forças da União Europeia.
A França, nessa região do globo, normalmente tem conseguido sempre convencer o Estados-membros por unanimidade no Conselho Europeu a aprovar Operações de Peteresberg, nessa região, e também convencer alguns Estados-membros, para consigo, e sob a sua liderança, substituir as suas forças, exclusivamente nacionais, que inicialmente destacava para efetuar operações de Petersberg, ou seja, sempre conseguiu internacionalizar os conflitos na sua área de influência.
A substituição de forças da UE por Forças Russas, transforma o Sahel, e alguns países de Norte de Africa, de que destaco parte da Líbia, que na prática se dividiu em duas regiões, após a intervenção da NATO, que aí atuou no país a pedido de França, numa região de influência Russa, que pelo Sul pode ameaçar a segurança e defesa da Europa.
A ameaça à Europa, vinda do Sul, que era uma ameaça sobretudo demográfica e de crimes relacionados com o narcotráfico, de repente pode mudar e passar a ser uma ameaça real à nossa defesa, por parte da Rússia, vinda não só de Leste, mas também do sul.
De acordo com a bússola estratégica da UE, também muito influenciada pela posição francesa, uma das duas grandes potências da UE, as áreas na vizinhança próxima e afastada da UE, ou seja, os nosso vizinhos e os vizinhos dos nossos vizinhos, são as áreas com que a Europa tem de se preocupar e eventualmente planear forças, para que em caso de necessidade termos de eventualmente intervir, preferencialmente para numa operação de Peteresberg, para protegermos um Estado, que o solicite, uma vez que de acordo com os nossos Tratados Europeus só podemos efetuar operações desse tipo, no entanto uma operação de separação de partes pela força, tem capacidades de efetuar operações ofensivas.
Em conclusão, a UE tal como as outras grandes potências do globo também definiu áreas de influência, áreas importantes para a sua defesa, que tem de controlar, no mínimo.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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