Marques Mendes anunciou, com um sorriso de escárnio, que o Governo irá fazer uma remodelação, não dos seus membros, como era expetável, mas sim dos dispersos edifícios onde atualmente se encontram alojados os seus Ministérios e, que os iria concentrar no enorme e desocupado edifício sede da Caixa Geral de Depósitos.
Esta concentração de Ministérios num só local em Lisboa, poderá eventualmente a médio-longo prazo, ser potenciador de economias de escala, trazendo no entanto alguns inconvenientes, de que relevo a inevitável concentração de tráfico na AV. João XXI, pelo número de funcionários públicos, oriundos dos diversos ministérios que para ele serão obrigatoriamente transferidos.
O Governo com esta jogada financiará ainda que indiretamente a CGD, Banco do Estado que tem estado em sucessivas reestruturações da sua dívida para com o Estado Português.
Esta transferência para o edifício será muito mais vantajosa para o banco, que se livra dum elefante branco, nunca efetivamente ocupado, livrando-se simultaneamente de despesas de manutenção e, financiar-se-á com uma injeção de capital público, sem que Bruxelas considere ajudas de estado.
O mínimo que posso fazer é tirar o chapéu ao Paulo Macedo e, esperar que a eventual transferência dos diversos ministérios para o local, se concretize, facto que duvido, e que não seja um novo sorvedouro de dinheiros públicos a curto-prazo.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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