Por necessidade de preencher a programação contínua dos diversos canais noticiosos das televisões portuguesas, estas e as principais peças jornalísticas repetem-se durante cerca de três dias, mesmo que algum facto novo eventualmente as contrarie, denotando algum desrespeito a quem as segue, bem como serem praticamente todas precedidas de várias pseudoanálises efetuadas por distintos e inúmeros pseudo especialistas, nas diversas matérias, que foram literalmente apanhados para refletir sobre algo, que não tiveram tempo para amadurecer convenientemente, não trazendo nada de relevante relativamente ao assunto, facto que contraria o significado da palavra análise, que em grego clássico, cuja sintaxe reflete o tempo que leva a tecer e desfazer a teia de Penélope, personagem relevante do livro “Ulisses” de Homero, que personifica um dos mitos da nossa civilização.
Penélope para ganhar tempo para esperar por Ulisses, seu marido, e não se precipitar a escolher um dos cento e vinte nove pretendentes, alojados em casa do sogro, que com ela pretendiam casar por a presumirem viúva, dado que após a guerra de Troia tendo o protagonista do livro, demorado três anos a regressar a casa, urgiu um estratagema como resposta, afirmando que só escolheria novo marido, quando acabasse de tecer um Sudário para o seu sogro, que tecia de dia e desfazia de noite, tendo nesse interminável tempo conseguido esperar pelo ansiado Ulisses, que regressou no dia em que ela acabou o Sudário.
A análise necessita de tempo de maturação, ao contrário da notícia, e querer analisar sem tempo, leva à repetição de lugares comuns, sem nenhuma mais-valia, enfim, serve o propósito de encher telejornais ou seja para encher chouriços.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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