Malgrado a memória de Aristides de Sousa Mendes ter tido honras, no Panteão Nacional, onde foi colocada simbolicamente uma lápide em sua homenagem, em virtude do seu trabalho como Consul Português em Bordéus, que contra a vontade de Salazar, emitiu vistos para Portugal a mais de trinta mil judeus, durante a II Guerra Mundial, tendo-lhes assim salvo a vida, a sua memória no local onde nasceu, se refugiou, e onde posteriormente veio a falecer e está enterrado, está paulatinamente a desaparecer.
O espólio deste herói nacional, nascido em Cabanas de Viriato, onde possui a casa de família, parece ter caído no esquecimento do nosso Ministério da Cultura, autarquias locais e das duas fundações com o seu nome, uma portuguesa e outra americana, com o objetivo de preservar a sua memória, devido ao desleixo e incúria destas, a maior parte deste espólio até há alguns anos ainda existente na casa, desapareceu, dele restando pouco mais do que meia dúzia de livros, dado ter sofrido vários assaltos, dificultando muito, ou mesmo impedindo a sua, inúmeras vezes anunciada, musealização.
Uma nação que não valoriza os todos os seus heróis nacionais, com relevo mundial, só comparável a Schindler é uma nação sem presente e sem futuro.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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