Opinião

A manifesta incompetência de Eduardo Cabrita

Não sei o que se está a passar com o atual governo e com a teimosia que António Costa manifesta, sustentando despudoradamente no cargo, um Ministro da Administração Interna, que como se diz em linguagem coloquial, em tudo o que faz, ou não faz, é como um caçador que em cada tiro que dispara, cada melro que abate.

Chamam-lhe o que quiserem, o Ministro tem tido azar, tudo parece acontecer-lhe, tudo lhe corre mal, desde a morte dum cidadão estrangeiro perpetuada pelo SEF, até à simples deslocação de carro oficial a Portalegre, que mata inadvertidamente e acidentalmente um trabalhador de manutenção das autoestadas no percurso.

Não consigo compreender se é por pura incompetência ou se por falta de tato político para o cargo que desempenha, pois analisando a sua atuação constante, o Ministro parece ter medo de agir em relação a todos os problemas que lhe vão surgindo relacionados com a governança do seu ministério, preferindo empurrá-los com a barriga para a frente, esperando que o tempo cumpra a sua missão de os fazer esquecer, e que a Comunicação Social desvie o foco da sua
atenção para outro caso, facto que dificilmente acontece pois o Ministro tem tendência a atrair casos com grande periodicidade.

Sempre me disseram, desde o início da minha formação como oficial do Exército, que é preferível tomar uma má decisão e assumi-la, que uma não decisão.

Neste último caso que lhe sucedeu, a morte acidental dum trabalhador da manutenção das autoestadas, a última gota que está a ser responsável pelo extravasar do copo, o Ministro tem-se refugiado em tábuas, recusando-se a prestar declarações públicas sobre o sucedido, remetendo as respostas para o seu gabinete, que atabalhoadamente as tem difundido, algumas delas alegadamente falsas e, imediatamente desmentidas pela Brisa, facto que só agrava a situação.

Pecar por omissão também é um pecado, como nos ensinou a Igreja desde tempos imemoriais.

Parece-me que dadas as circunstâncias só resta ao Ministro a dignidade de se demitir, mas até nisso hesita. É um caso perdido.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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