Geral Opinião

A invasão do Líbano está prestes a consumar-se

Os EUA estão atualmente com uma crise de liderança política, que só se resolverá após as eleições de novembro, quando ou Trump ou Kamala Harris, assumirem o poder.

Este vazio de poder norte-americano está a ter graves reflexos no conflito atual no Médio-Oriente, dado que Biden está completamente manietado e sem autoridade nenhuma sobre o governo de Israel.

A falta de autoridade de Biden é algo tão evidente, que se reflete direta e negativamente em todas as tentativas de cessar-fogo que tem mediado em Gaza, bem como na mais recente proposta conjunta que estabeleceu com Macron, com o fim de  não escalar a guerra no Líbano, chegando a parecer do que estas são inclusive catalisadoras de reações completamente opostas às que esperava, bastante mais radicalizadas e agressivas, pois o Primeiro-ministro de Israel já percebeu, que faça o que fizer, tem sempre o apoio dos EUA, que nunca deixarão cair o único aliado fiável na região, que tem sido ao longo dos séculos geopoliticamente relevante para o mundo, razão pela qual a posse da Terra-Santa, tem sido palco sucessivo de confrontos entre vários impérios na antiguidade e desde a Idade-Média entre o Ocidente, os árabes, posteriormente os turcos e novamente os árabes.

O território de Israel é um local, onde a teoria geopolítica de Huntington é, em minha opinião, a ferramenta mais adequada, para se analisar a recente guerra no Médio-Oriente, teoria tão bem definida no seu livro “O Choque das Civilizações”.

A terraplanagem efetuada por Sharon contra a OLP no Líbano, no passado recente, está prestes a repetir-se agora passadas umas décadas, e o mundo observa esta nova guerra já sem esperanças de que alguma vez haja solução para este conflito eterno.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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