Geral Opinião

A invasão do Líbano

Foto: Carta Capital

O ataque de Israel ao sul do Líbano já está em curso, pois já começou a sua primeira fase, ou seja, a preparação com fogos indiretos  terrestres e com meios aéreos, sobre cerca de 800 alvos do Hezbollah, depois de ter desarticulado a capacidade de comando do grupo, com o rebentamento dos “pagers”, o meio de comunicação preferido do Hezbollah, dado que os telemóveis são meios que transmitem constantemente a posição de quem os detém, pelo que me parece claro que a próxima fase será uma invasão do território libanês limitado ou não, ao sul do mesmo, onde o grupo inimigo e terrorista se encontra entrincheirado.

Desconheço se o plano de ataque israelita se limita à vizinhança próxima, ou seja, a fazer recuar o Hezbollah até à margem oposta do Rio Litani, conforme resolução da ONU, no entanto temo que o não faça, uma vez que naturalmente irá bombardear o país a seu bel-prazer, sempre com a desculpa que em todas as zonas de impacto se escondem terríveis terroristas que usam a população como escudos, e que infelizmente, a sua morte é um dano colateral.

Temo que este conflito, esta que tem sido uma guerra de baixa intensidade, só termine após a conquista da capital libanesa, Beirute, pois no parlamento de Beirute, há deputados do Hezbollah.

A escalada no Médio Oriente começou, o Primeiro-ministro de Israel deve estar satisfeito, pois assim preserva-se no poder contra tudo e contra todos, ou seja, este ataque em larga escala ao Líbano, mais não é que uma fuga em frente, no entanto qualquer que seja o governo que esteja à frente dos destinos de Israel terá sempre o apoio dos EUA, dos britânicos e dos alemães, pois a posição geoestratégica de Israel, é fundamental que esteja na mão dos aliados, ou seja, o território é uma área de interesse estratégico pela qual os ocidentais se batem desde a primeira cruzada.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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