A interação homem/ máquina iniciou-se aquando da revolução industrial, tendo-se vindo a transformar ao longo dos últimos anos.
A primeira imagem que vislumbro sobre este assunto, é a de Charlie Chaplin a sair duma linha de montagem duma fábrica, onde o seu trabalho era repetitivo e monótono, e desde continuar a repetir o gesto que fazia na linha de montagem, mesmo fora do local de trabalho, numa crítica nada subtil à forma de trabalho repetitivo, nada motivador, a que eram sujeitos os primeiros operários fabris.
O Taylorismo foi uma das primeiras teorias sociais, em voga na época que estudava as formas de automatizar procedimentos, tendo em vista otimizar ao máximo a produção do operário, numa linha de montagem, para que este fosse capaz de produzir mais no mínimo espaço de tempo possível. O homem não era nada mais do que uma espécie de máquina, uma peça da engrenagem.
Este conceito foi evoluindo ao longo dos séculos, passando a ser considerado importante, para o aumento de produtividade, e só para isso, que o operário estivesse motivado para o trabalho, necessitando de mudar de rotina, de períodos de descanso e lazer, de ter tempo para a família, enfim, começou-se paulatinamente a perceber que o operário não podia ser tratado como máquina, que tinha que ser tratado como humano.
Na fabricação automóvel, nos finais do século XX, iniciou-se, nalgumas fábricas, a robotização total das linhas de montagem, de que é exemplo a fábrica de viaturas Lexus, que são totalmente montadas, sem recurso a nenhum operário. O trabalho do homem nessas fábricas passou a ser um trabalho técnico, ou seja, a relação homem-máquina começou a ser intermediada por um computador, que o homem programa, para que os braços robóticos trabalhem e produzam mais e melhor.
Com o advento da inteligência artificial, cabe ao homem a responsabilidade e o papel quase exclusivo de introduzir os parâmetros iniciais na máquina, ou seja, no computador, que possui na sua essência algoritmos próprios, desenvolvidos pelo homem, que capacitam o computador, a máquina a pensar e resolver alguns problemas, por si própria e sem necessidade de quase nenhuma intervenção humana, ou seja, a interação homem-máquina vai sendo cada vez mais no sentido de esta substituir o próprio homem, na maior parte das funções, tornando-o cada vez mais dispensável.
Nos armamentos militares, os unmaned vehicles também começam paulatinamente a substituir o homem, necessitando cada vez menos dele, a não ser para introduzir parâmetros iniciais. A interação homem máquina vai paulatinamente a ser substituída pela interação máquina-máquina. Em que os unmaned vehicles terrestres, navais e aéreos comunicarão entre si, e complementar-se-ão, sem necessidade de interação humana.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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