Normalmente não se fala, não fica para a história, o percurso de determinado indivíduo ou de determinada governança, senão nos momentos finais e nos eventuais sucessos que estes conjunturalmente nessa altura tenham tido, mesmo que o percurso para lá chegar tenha sido errático, inconsequente, anárquico e penoso.
Ontem na Assembleia da República ouvi atónito, em minha opinião, à pior ministra do atual Governo, malgrado seja possuidora de um brilhante currículo académico, Marta Temido de sua graça, a autoelogiar o seu trabalho na gestão da pandemia, sem nenhum pudor, sem nenhuma vergonha, sem nenhum remorso, em vez de reconhecer que cometeu erros e agradecer aos profissionais de saúde e ao povo português pela sua resiliência, compreensão e espírito de sacrifício, como era sua obrigação e como faria qualquer pessoa dotada de bom-senso, normal e consciente, pois o eventual reconhecimento das ações ou omissões que praticou, não lhe cabe a ela julgar.
É realmente preciso descaramento e propaganda e, confiar que a memória dos homens é muito curta e que rapidamente e, com mais um episódio de violência inaceitável no futebol de permeio e nas exacerbadas e inaceitáveis paixões tribais e fanáticas agregadas, tudo ficará bem e será esquecido.
Extraordinário exercício de gabarolice, demonstrando falta de humildade e de respeito, ou será que é a política no seu melhor e a subjacente arte de, no limite, enganar o pobre povo que ingenuamente os elegeu e neles confiou.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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