Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo progressivamente a afastar-se do governo, desde o triste episódio que António Costa e ele protagonizaram na auto- Europa, em que Marcelo criticou o Centeno por ter transferido cerca de um milhão de Euros para o Novo Banco, sem esperar por uma auditoria externa , e Costa indiretamente apoiou a recandidatura de Marcelo, antes do próprio o fazer, criando um facto político de difícil gestão, que culminou com a queda de Centeno e a assunção do Leão.
Marcelo foi criticado pela sua base de apoio mais à direita, e não ganhou nada à esquerda do PS , que nunca o apoiará , e Costa foi criticado por todos à sua esquerda, inclusive a do seu próprio partido.
Com a assunção do Leão, ests Segunda-feira, Centeno fica à espera de entrar para o Banco de Portugal, e o episódio à primeira vista parece estar sanado, no entretanto Marcelo, neste período, tem-se desdobrado em ações de que destaco, os almoços com o Rui Rio, e a cerimónia do 10 de junho, onde no seu discurso, ressaltou pela primeira vez, que, a crise económica é e vai ser severa, grave e demorada, em contra-ponto com a posição de insustentável leveza do ser, do primeiro-ministro, que fiado na Europa espera, como todos nós, que este parto não seja doloroso.
Este aparente nojo da convivência entre os dois, parece ser saudável, em democracia e para futuro, pois já que não existe oposição ao governo, ao menos que seja Marcelo a fazê-la.
Por informações que disponho, com o afastamento de Centeno e com ele as relações tensas que, como o próprio confessou ter sempre mantido com Costa no exercício da execução orçamental, aliada à sucessiva e excessiva legislação avulsa, que tem saído, a simplificar a execução de contratos públicos, sempre que um novo estado Pandémico é declarado, não auguro nada de bom para as nossas finanças públicas.
Nuno Pereira da Silva
Cor. Inf. Res.
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