Geral Opinião

A diplomacia chinesa é expressão do seu Soft Power

A China, por não estar direta nem indiretamente, implicada nem no conflito em Gaza nem na Ucrânia, está a ser o ponto focal para onde quer os palestinianos, quer os ucranianos, estão demandando para encontrarem soluções para alcançarem a paz.

Em termos de interesses relativamente à Rússia, quer os EUA quer a China têm interesses semelhantes, pois ambos embora por razões diferentes, querem uma Rússia mais fraca.

A China prefere ter um vizinho mais fraco, que se acomode perante o seu poder e os EUA, porque querem estancar a guerra na Europa, para irem conter a China, o atual grande poder continental, que como teorizava Mackinder, tinha que ser contido pela potência marítima.

Zelensky ao ir à China reconhece que esta, muito embora esteja a lucrar com a guerra em termos económicos, pois adquire petróleo e gás mais baratos, e em troca abastece a China com alguma tecnologia e outros artigos não letais de várias classes de abastecimentos, tem sido isenta em relação à guerra na Ucrânia, ao contrário dos EUA, o que a torna na única potência capaz de mediar o conflito na Ucrânia.

Em relação à Palestina, também me parece que a China, ao contrário da Rússia e dos EUA, também não se tem imiscuído, nem direta nem indiretamente, na guerra de Gaza, pelo que a ida de todas as forças políticas da Palestina a Pequim é disso prova.

Em síntese, a diplomacia chinesa está atualmente a ter um grande protagonismo no palco internacional, sinal que o seu “Soft Power” é reconhecido pelas partes em conflito.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma