Portugal vai enviar 18 militares para um exercício NATO, que contará com cerca de 30 000 militares, de 27 países que se vai desenrolar na Noruega, ou seja, participamos só para colocar a nossa bandeira no Quartel-General da Força, para que a organização possa afirmar que todos os aliados estão solidários, em termos de defesa coletiva, conforme consignado no seu artigo V.
Portugal continua no seu melhor e a brincar com coisas sérias, como é o caso duma guerra, que opõem as democracias e às autocracias, os valores democráticos, às tiranias, enfim, tudo aquilo porque vale a pena lutar, como afirmou Winstow Churchill na II Guerra Mundial,
A nossa participação militar na NATO é sempre desprezível, não por questões económicas e financeiras mas ostensivamente por estarmos normalmente geograficamente longe da maioria dos conflitos, mesmo que estes se desenvolvam no Sahel, na nossa vizinhança própria, temos a errónea perceção de que são longe, que nada nos ameaça, nem chega, pois em último caso termos sempre a Senhora de Fátima connosco.
Estive na minha vida profissional em várias conferências de Geração de Forças no âmbito da NATO e da UE, para oferecer sempre ridículas participações, bem como estive no Iraque, a dar formação aos soldados iraquianos, onde somente éramos 14 militares portugueses, em cerca de 40000 militares no terreno.
A nossa ridícula participação traduz-se, posteriormente, na limitada ausência de capacidade de intervenção no contexto internacional, bem como que percamos muitas vezes oportunidades em termos de contratos, para as nossas empresas poderem participar na reconstrução dos países no final dos conflitos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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