Geral Opinião

A crónica da morte anunciada do PCP

O Presidente duma associação de ucranianos em Portugal, acha anacrónico que em Portugal haja um partido como o PCP, com atitudes pró-invasão da Ucrânia pela Rússia pois, em sua opinião, este partido não deveria existir, num estado com uma democracia consolidada.

O PCP, por sua vez, reagiu pedindo que as atitudes fascizantes, como as tomadas pelo Presidente da citada organização, deviam ser alvo de uma tomada de posição condenatória, por parte das instituições democráticas nacionais, pois estas só visavam denegri-lo.

Em minha opinião, o PCP é um partido com a sua morte anunciada em Portugal, pois a sua base de apoio é cada vez menor, uma vez que a maioria dos trabalhadores agrícolas, que trabalhavam à jorna, e que eram a sua base de apoio, foram substituídos por mão-de -obra escrava predominantemente de origem asiática, e a pouca indústria massificada praticamente desapareceu.

Os partidos políticos como o PCP, pertencem à arqueologia política mundial, não existindo atualmente razão de ser para a sua existência,  pelo menos desde que o muro de Berlim foi derrubado, no entanto a sua existência é uma das idiossincrasias do nosso sistema político, fundado após o derrube dum regime autocrático de direita, na qual o partido teve um papel estoico na sua resistência na clandestinidade, sendo o único partido organizado para tomar o poder após a revolução de abril.

Nuno  Pereira da Silva
Coronel na Reforma