Depois da queda do muro de Berlim e perante a impassividade da Russia que perdeu a guerra-fria, houve uma corrida do Ocidente a ocupar o espaço de influência da ex-URSS, tendo esta corrida sido feita através dum duplo envolvimento, a todos os países do ex Pacto de Varsóvia, nomeadamente através da garantia da sua entrada na NATO, como forma de lhes providenciar a segurança e, concomitantemente da sua entrada na UE como forma de os desenvolverem economicamente.
À Ucrânia esta possibilidade de entrada na NATO e na UE, só foi colocada, embora veladamente, mais tarde, após a queda do governo Ucraniano liderado pelo ditador pró-Russo Victor Yakonovich, orquestrada e liderada, ainda que indiretamente, por todo o Ocidente, facto que levou a Rússia a anexar imediatamente a Crimeia e a apoiar, com armamento e tropas não identificadas, a população de origem Russa, maioritária em grande parte do Leste Ucraniano, a sublevar-se e assim a garantir que parte desse território, onde a Rússia possuía fábricas de armamento, ficasse sobre controlo Russo.
Ao novo governo democrático saído da refrega, o Ocidente acabou por não querer enfurecer mais Putin, e ofereceu-lhes a terminação, ou seja, a possibilidade de serem parceiros da NATO, integrados na Partnership for Peace, e fazerem parte da política de vizinhança próxima, entretanto desenvolvida no seio da UE, ou seja, ofereceu-lhes uma mão cheia de nada.
A Rússia, de Putin, não aceita este namoro envergonhado Ocidental e, ameaça invadir a Ucrânia Ocidental, provocando uma crise que poderá colocar em risco a paz na Europa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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