Os EUA após o ataque ao navio de guerra francês que estava aportado em Djibuti, ao lado dum navio de guerra americano, decidiram não ripostar de imediato para não escalar o conflito, bem como decidiram recolocar a sua frota na região, frente ao Iémen para intercetar todos os mísseis que sejam lançados a partir do Iémen, contra qualquer navio ou contra Israel, deixando o trabalho de escolta de navios para as forças da coligação “ad hoc” que entretanto formaram, com navios franceses e britânicos, uma vez que as forças da UE, foram impedidas por Espanha de atuar.
A base de Djibouti francesa existente no país com o mesmo nome antiga colónia francesa, que mantém o francês como língua oficial e que se situa no Corno de África, volta a ganhar enorme importância estratégica na região, no apoio às forças navais americanas e aliadas, tendo estado por esse motivo, nos últimos tempos a ser alvo de várias tentativas de ataques terrestres terroristas, que têm sido combatidos com muita eficácia pelas tropas da legião francesa, uma das tropas mercenárias mais treinadas d eficientes, comandada por oficiais do exército francês e atuando na dependência deste, facto que distingue estas forças das forças das empresas de segurança contratadas pelos Estados de que são exemplo o Grupo Wagner da Rússia e os Blackwater dos EUA que atuaram no Iraque.
A base francesa de Djibuti é alugada pelo estado francês ao estado com o mesmo nome, a exemplo doutras bases que França dispõem em África, como a do Gabão, todas em ex-colónias francesas, que têm vindo paulatinamente a cortar os laços com a França, país que em minha opinião não descolonizou as suas ex-colónias, neocolonizou-as.
Essa evidente perca de influência francesa nas ex-colónias francesas poderá a médio-prazo comprometer a continuação dos contratos de aluguer das bases militares, que ainda dispõem, podendo eventualmente estas passarem para controlo chinês, pois esse é um dos objetivos da sua estratégia designada por “one belt, one road”.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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