Desde o início do século passado, que grandes artistas plásticos, de que Picasso é uma dos seus maiores expoentes, que África, as suas artes tradicionais ancestrais, as suas máscaras, a representação dos seus deuses animistas, os seus amuletos e as suas cores vivas, entraram nas ditas “fine arts” ocidentais, que as trabalharam e transformaram em novas obras primas da pintura e da escultura.
José de Guimarães na sua biografia, romanceada, diz que foi a África ver a cor, quando como oficial do exército foi a África combater, embora tenha como artista que também era, aproveitado para ver a cor e adquirir peças de arte africanas, que foram a sua inspiração, obras que se encontram expostas permanentemente num museu com o seu nome na sua cidade-berço, Guimarães, depois de as ter exposto um pouco por todo o país. A obra magnífica de Guimarães muito deve a esta imersão que fez na arte e cultura africanas, que reinterpretou na sua obra.
Nas minhas idas em trabalho por todo o mundo, como militar, também sempre tentei compreender a arte e a cultura dos povos com quem estive cooperando, em África e no Médio-oriente, lendo, neles visitado galerias e artistas nas suas casas e “ateliers”, e também eu me apaixonei pelas suas artes, principalmente nos PALOP’s, pela sua ancestral cultura e pelas suas formas de expressão artística.
É com satisfação que verifico que os grandes artistas africanos estão a ganhar mercado no Ocidente, havendo alguns no Top10 do mercado emergente de arte, e na minha opinião, Portugal através do Instituto de Camões e doutras instituições públicas e privadas, deverá neste âmbito, ser uma plataforma de colocação e promoção dos artistas africanos oriundos dos PALOP’s no mundo.
Pessoalmente sempre fiquei ligado aos bons artistas de São Tomé, de Angola e de Moçambique, e nutro grande amizade por alguns, de que destaco, Francisco Vidal, Cristiano Mangovo e Butcheca, pintores geniais que tenho gosto em divulgar, pela extraordinária obra que têm desenvolvido.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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