A Arábia Saudita está a tentar camuflar, através do futebol, a verdadeira essência do seu regime despótico e o facto de ser um país que não tem respeito pela vida humana, e que despreza os mais elementares direitos humanos.
A atração de estrelas internacionais de futebol, a quem paga principescamente, e a intenção de realizar um campeonato do mundo de futebol, assim como o de atrair o maior número possível dos maiores eventos desportivos mundiais, são a forma que encontraram para branquearem o seu regime despótico, fundamentalista islâmico, cuja única lei é a Sharia, ou seja, o cumprimento integral do Corão sem qualquer filtro, nem qualquer interpretação que não seja a literal.
A BBC foi investigar a última denúncia do World Right Organization, que constatou “in loco” que a Guarda Fronteiriça Saudita, matava indiscriminadamente todos os imigrantes, sobretudo etíopes que tentaram e tentem entrar na sua fronteira norte através do Iémen, tendo para o efeito entrevistado alguns sobreviventes desses massacres diários de homicídios em massa, que testemunharam o horror e a mortandade que tinham observado nas tentativas infrutíferas de entrarem no território saudita.
Se o último Campeonato do Mundo de Futebol no Qatar foi muito contestado pelo facto do país não cumprir os direitos humanos, e por ter utilizado de forma desumana na construção dos estádios migrantes, espero que desta vez a FIFA vote desfavoravelmente a pretensão saudita de realizar o próximo campeonato, apesar de todo o investimento que o país faz na modalidade e de todas as campanhas de marketing que faz, tendo a última sido a propósito da contratação milionária de Otávio ao FCP.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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