Os Países Bálticos e a Polónia sentem-se mais ameaçados de serem invadidos pela Rússia, desde que Putin colocou armas nucleares táticas na Bielorrússia, e desde que sabem que as forças da Wagner irão ser colocadas em bases no país.
A ameaça aos países Bálticos é uma constante que preocupa seriamente os governos desses três estados, que sabem que nenhum deles tem profundidade estratégica suficiente para se defenderem em condições, e porque têm percentagens elevadas de russófonos entre a sua população.
Os países Bálticos diariamente sofrem ciberataques por parte da Rússia, facto que os tornou os melhores e mais desenvolvidos estados da Europa e da NATO em ciberdefesa, pelo que a ameaça russa não é algo que estes não sintam diariamente, ameaça esta que para eles agora é exponencialmente maior e mais concreta em relação à sua segurança física, após estas movimentações de armamento e de forças para perto das suas fronteiras.
A Cimeira da NATO, que se realizará no próximo mês em Tbilisi, vai ter de decidir dar uma maior proteção a estes países, nomeadamente dotá-los de mais capacidades militares, eventualmente neles colocar novas bases NATO, e continuar a ter permanentemente unidades navais NATO credíveis no Mar Báltico, e na Polónia, bem como mais forças de reação imediata na região.
Portugal provavelmente vai ter de reforçar a sua contribuição para a NATO em todas as suas componentes.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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