Geral Opinião

A ambiguidade estratégica do consulado de Biden vai prejudicá-lo nas eleições

Para além da proveta idade Biden, apesar dos esforços diplomáticos, que ultimamente tem envidado na Faixa de Gaza, não conseguiu resolver a guerra no território, que direta e indiretamente apoia.

Eu sei que a política externa não motiva muito os eleitores nos EUA, embora no caso específico de Gaza, a sua  atitude tem sido nos últimos meses, paradoxalmente antagónica, ou seja quer forçar Israel a negociar a paz, mas continua a fornecer armamento letal para que  este continue o massacre, e esta ambiguidade estratégica,  tem feito perder os votos do eleitorado universitário, o eleitorado árabe, e algum eleitorado das fações democratas mais à esquerda, que não conseguem perceber essa atitude.

Em relação à guerra na Ucrânia a sua hesitação em ceder sistemas de armas tecnologicamente mais desenvolvidas, com mais alcance e mais capacidade em termos de defesa aérea , o que inclui os F16, que permitiriam dificultar o apoio logístico da Rússia, o seu sistema de controlo e comunicações, destruir os  seus aeródromos donde saem os Bombardeiros que infligem pesadas perdas quer na linha da frente, quer na sua retaguarda, com medo de escalar a guerra para o patamar nuclear, algo muito improvável porque a dissuasão nuclear é algo que foi e continua a ser um paradigma que todos  os decisores racionais têm em mente, e que desde a guerra-fria tem funcionado e garantido que as potências nucleares as não usem, nem tenham a veleidade de as vir a usar, pois sabem que a destruição mútua é garantida.

Estas ambiguidade estratégica em relação às duas guerras em curso, de ser e não ser, ou seja, de apoiar e limitar o uso de capacidades militares simultaneamente no caso da Ucrânia e de queres forçar a paz em Israel, e continuar a fornecer armamento letal e financeiro, levou a este impasse global, que o prejudicará no ato eleitoral, pois a sua base de apoio não deixará de ter em consideração, pois tem dado um sinal claro de ineficácia cheirando a um fim anunciado da Pac americana e do seu império, pois quando inclusive o seu protetorado, o estado-vassalo Israelita deixou de refletir uma situação de acomodação, para passar a ter uma atitude de confrontação, colocando em causa a sua credibilidade e da sua administração, evidencia  de uma forma clara, que o “Soft Power” dos EUA, de que a diplomacia é um dos instrumentos mais relevantes, está nas ruas da amargura.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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