Geral Opinião

A alimentação como arma de guerra no século XXl

A distribuição de ajuda humanitária em Gaza somente em quatro locais de abastecimentos de víveres, para cerca de 1 milhão e alguns milhares de pessoas, pois dos dois milhões de Palestinianos existentes em Gaza no início da Guerra, com a destruição que se pode observar de todo o edificado, só devem restar cerca de 1 milhão e 600 mil, é manifestamente insuficiente, e obriga a grandes concentrações de civis esfaimados, após cerca de três meses de escassez.

Três locais de distribuição de víveres na faixa Sul de Gaza e somente 1 ao Centro, teria obrigatoriamente de redundar em rixas entre civis, pois como diria Darwin, na sua teoria da evolução das espécies, quando é preciso sobreviver só os mais fortes e os mais ágeis o conseguem.

É por isso natural, que as forças das IDF que fazem segurança ao perímetro externo do posto de distribuição de víveres, tenham que atirar e matar alguns civis para controlar a multidão.

Não estou de maneira nenhuma a desculpabilizar os soldados, que abrem fogo sobre os civis, pois acho que têm de ser condenados por crimes de guerra, no entanto critico muito mais duramente, o cerco imposto aos civis pelo governo israelita, que estabeleceu as condições desumanas do cerco e determinou a localização dos Postos de distribuição de alimentação, algo cruel e desumano, que não se faz nem ao pior inimigo, pois a privação de alimentação é um ato maquiavélico, e esta não pode, em circunstância alguma ser uma arma de guerra.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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