As atividades letivas do ano escolar começaram após quinze dias de suspensão, à distância, na internet e na televisão. Contudo as aulas na internet só são possíveis de se ministrarem para quem disponha de computador e de ligação à rede, enquanto que pela televisão estas poderão
atingir toda a população escolar.
A falta de meios informáticos por parte da população escolar, estudantes e professores, é a principal razão pela qual condeno este Governo e este Ministro da Educação, pois sabiam que, com grande probabilidade o corrente ano letivo ia ser lecionado num sistema híbrido, entre
aulas presenciais e aulas à distância
Mesmo sabendo disso, o Governo só encomendou os computadores, que prometeu entregar a todos os alunos no ano letivo passado, em finais de Dezembro, prevendo-se que só sejam distribuídos à maioria da população escolar em Julho do corrente ano, e não bastando essa manifesta incompetência, ainda está a estudar a hipótese da criação duma tarifa social para ligação à net, ou seja só para o próximo ano letivo, haverá, na melhor das hipóteses, computadores e ligação à net, estando por isso o corrente ano letivo comprometido por falta de vontade política e por falta de planeamento atempado.
Tendo nascido na década de sessenta do século passado, num tempo em que havia telescola e se ministrava o ano propedêutico de acesso à universidade por televisão, a solução encontrada pelo Governo, de se ministrarem aulas por televisão “urbi et orbis”, é completamente anacrónica, na era em que vivemos, a era da digitalização.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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