No passado dia 29 de Dezembro de 2020, o Diário de Noticias festejou o seu 156º aniversário e o seu regresso às bancas com a edição diária em papel.
Fundado pelo escritor e jornalista Eduardo Coelho, o DN começou a ser escrito em 1864. O mais antigo diário de âmbito nacional surge renovado, com um novo grafismo, novas secções e rubricas, mais reportagem e novos colunistas, apostando também em grandes entrevistas.
A par de secções como política, internacional, cultura, desporto e sociedade, a publicação vai dar destaque ao tema do dia e ao “local” com notícias da grande Lisboa e de outras regiões.
“Sólido nos valores e na missão de informar com verdade, seguro pelos seus alicerces com 156 anos e com a ousadia de regressar à edição diária em papel, quando a tendência geral passa por edições online (onde o site dn.pt tem batido sucessivos recordes de audiências), o Diário de Notícias surge hoje com um número especial, a partir do qual se inicia uma nova etapa que recupera a presença diária nas bancas, sem descurar o digital“, destacou a diretora do DN, Rosália Amorim.
Também o Primeiro-Ministro, António Costa decidiu felicitar a equipa e a Diretora Rosália Amorim, publicando um post na sua conta do Twitter:
“Foi com grande felicidade que voltei a segurar uma edição do Diário de Notícias em papel. Entre outros bons trabalhos, publica uma excelente entrevista com a Comissária Europeia. Parabéns ao #DN, a toda equipa e à sua Diretora.“
Diário de Notícias: Uma mudança com história
Não é primeira vez que o Diário de Noticias toma uma decisão arriscada, a pensar no seu futuro enquanto jornal. No livro “Marcas: Logotipos & Símbolos”, de nossa edição, pode-se ler um artigo de Mário Mesquita e Dinis de Abreu (ex diretores), sobre a grande e arriscada mudança do grande formato para o formato reduzido. Esta mudança ocorreu de 19 de Maio (edição de sábado), para segunda-feira dia 21 de Maio de 1984.
Na altura, foi vista como uma decisão arriscada, por se tratar de um jornal com uma personalidade adquirida e fortemente enraizada no chamado grande formato (broad sheet), embora tivesse dado os primeiros passos, a partir de 29 de Dezembro de 1864, na versão tabloide, facto que pertence ao domínio restrito dos historiadores ou colecionadores de Imprensa.
Os dados mais influentes aconselhavam a que qualquer alteração num jornal com as características do “DN” não sacrificasse o formato, por este representar, de algum modo, um valor símbolo no qual se apoiava uma identidade própria, mas apesar disso, a decisão final foi alterar o formato.
Através de um estudo de opinião, encomendado a um instituto especializado, que visava recolher e sistematizar as preferências dos leitores, confrontavam-se os inquiridos com os dois formatos e a maioria optava pelo tabloide, justificando a comodidade na leitura do jornal. Noutro inquérito, efetuado junto de todos os correspondentes do jornal, apurou-se que uma das sugestões constantes em substancial número de respostas respeitava também o formato, com nítida vantagem do tabloide.
Após um debate interno, um período experimental (edição de domingo) e outra sondagem em que mais uma vez os leitores declaravam favoráveis ao tabloide, a decisão foi unanime.
As circunstancias da vida quotidiana, desde a modificação dos meios de transporte até à dos próprio hábitos de leitura, apontava vincadamente para o tabloide, como sendo o modelo mais apreciado.
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