O Rei D.João II solicitou a Lorenzo de Médices, que estava em Itália, a vinda para a sua corte do escultor de mármore e modelador de terracota, Contucci Sansovino. Chegado a Portugal em 1491, Sansovino contratou os melhores barristas de várias povoações do País, aperfeiçoou o seu talento e ensinou-lhes as técnicas mais sofisticadas da arte de então. Considera-se hoje que desta forma deverá ter nascido a primeira escola portuguesa de barristas e, com ela, a arte de moldar os presépios que, embora menosprezados pelo público consumista e descaracterizado culturalmente, ainda perdura de norte a sul do território.
Ao regressarem às suas oficinas de barristas de quinhentos começaram a produzir, entre outras obras, figuras para os “Mistérios” encomendadas pelas igrejas paroquiais, para exposição pública e, naturalmente, os seus Presépios, a que a influência do meio social e a terra de origem iam emprestando uma identificação acentuadamente regionalista.
O Presépio português alcançou generalizada difusão a partir do século XVII. Desde então, os artistas mais requintados e melhor cotados eram objeto de encomendas de presépios para palácios de nobres e soberanos, com representações em cera e marfim de que se perdeu completamente a pista, tal o descaminho que levaram.
No entanto, o verdadeiro e grande desenvolvimento do Presépio deu-se no século XVIII, com a estadia em Portugal, a partir de 1741, do italiano Alessandro Giusti, contratado para embelezar a Basílica do Convento de Mafra por D.João V.
Assim nasceu uma autêntica escola de barristas em Mafra, tendo por mestre o italiano que, com o barro resistente e grão-fino de Estremoz, matéria-prima de primeira qualidade, foi o mestre Joaquim Machado de Castro, artista de raros dotes e seu continuador de extraordinário talento, cujo exemplo do seu estilo é o Presépio da Sé Catedral de Lisboa.
Recolha do Sargento Chefe Baptista Simões
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