Soube pela comunicação social nacional que, a GNR adquiriu um navio e encomendou outros três, um deles com capacidades para fazer travessias oceânicas, podendo chegar aos nossos arquipélagos para patrulhar as nossas costas e para poderem ser utilizados pela Agência Europeia Frontex.
Soube também, pela mesma fonte, que a GNR vai promover cerca de 25 oficiais ao posto de oficial general.
Em termos de efectivos a GNR já ultrapassou o Exército e tem cerca de metade do efetivo do somatório das Forças Armadas Portuguesas, embora não, ainda, em termos de sistemas de armas, facto que me deixa preocupado, pois parecem-me Capacidades exageradas para uma força de segurança territorial com funções que deveriam ser exclusivamente utilizadas no âmbito da Segurança Interna, embora já tenham sido usadas no exterior do Território Nacional, pela primeira vez no Iraque, por um governo de Durão Barroso à revelia da vontade do Presidente da República, Jorge Sampaio que, não queria que Portugal se envolversse no conflito.
A utilização operacional da GNR, ao contrário das Forças Armadas, depende exclusivamente do governo, sendo por isso mais fácil e mais flexível a sua eventual utilização no exterior do país, pois o Presidente da República nela não tem nenhuma autoridade.
Não consigo perceber esta excessiva capacitação dumas Forças de Segurança num país com fracos recursos económicos e, em que existem recursos militares que podem ser utilizados com duplo uso, Civil e Militar, pois a criação duma nova guarda costeira, implica a criação de novas cadeias logísticas e de manutenção, extremamente dispendiosas.
Não me parece, pelo menos para já, que estejamos a caminhar para um estado federal na União Europeia, em que à semelhança dos EUA, as Forças Armadas passem para o domínio Federal, cabendo aos estados-membros manterem Guardas Naionais, ou estarei enganado?
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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