A decisão da UE relativa ao pedido de empréstimo no mercado internacional para financiar a Ucrânia foi, como sempre, negociada à última hora, mas teve sucesso.
Como já escrevi anteriormente, foi estabelecida uma cooperação reforçada entre todos os países, com exceção da Hungria, da Chéquia e da Eslováquia, que não aderiram formalmente, mas que não obstaram a que esta se concretizasse.
Esta cooperação reforçada foi a forma que permitiu que todos ganhassem e o pudessem afirmar. No entanto, isto não quer dizer que estes Estados-Membros não vão pagar nada, porque o ressarcimento da dívida vai-se refletir nos orçamentos plurianuais da UE, que são atribuídos através de fundos comunitários.
Esses fundos serão inevitavelmente reduzidos para quem a eles se candidata, o que quer dizer que Portugal não irá pagar, de forma direta, os três mil milhões de euros que lhe cabem, bem como esses três países não terão acesso à totalidade dos fundos a que se candidatem, indo indiretamente pagar, como todos.
Para Portugal, infelizmente, nada mudará, porque nunca conseguimos gastar a totalidade dos fundos que nos são atribuídos, por várias razões, das quais realço a burocracia e a incompetência como os principais fatores, algo que não costuma acontecer nos três países que não quiseram subscrever este empréstimo de eurobonds.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma












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