Numa Europa confrontada com tensões crescentes, urge refletir sobre os pilares da civilização ocidental: a ligação entre amor e morte, enraizada na tradição cristã do sacrifício de Cristo. A guerra convoca este arquétipo, exigindo entrega total pelo coletivo, como sublinhou o Chefe do Estado-Maior francês ao apelar por mais recursos humanos. Políticos suavizam esta linguagem por razões eleitorais, mas sinais de mobilização em França, Alemanha e no continente revelam a urgência da dissuasão concreta.
Sustentabilidade Económica e Estratégia Portuguesa
O sacrifício depende de bases económicas sólidas. Portugal oferece lição vital: o relatório SEDES que co-relatei com Alpedrinha Pires, aprofundado no livro Como Duplicar o PIB em Dez Anos e pelo Observatório de João Vieira Borges, propõe duplicar o PIB em dez anos via reformas em produtividade e inovação. Assim, segurança e bem-estar conciliam-se, provando que crescimento sustentado (3-3,5% anual) suporta defesa robusta sem austeridade.
Ética da Responsabilidade Ontológica
Ontologicamente, o ser humano realiza-se em relação à comunidade, impondo deveres que limitam a liberdade individual pelo bem comum. Defender a UE, liberdades e democracia pode exigir armas, não por violência, mas por compromisso com a dignidade humana – como Churchill alertou, há valores que merecem luta. A verdadeira liberdade cumpre-se no dever, enfrentando o trágico da existência.
Chamado à Ação
Reabilitemos o discurso de responsabilidade: exijamos transparência sobre riscos e reformas económicas profundas. Integre-se serviço militar voluntário, reservas e formação civil, assentes em prosperidade. Portugal e Europa assim honrarão a História, preparando o futuro com coragem e meios.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma












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