Aplaudido pelos seus atributos sonoros e técnicos, combinando a técnica meticulosa, a inteligência musical Álvaro Cortez é uma das novas sensações da música erudita internacional.
Neste concerto, que trouxe à Ericeira com produção de Paulo Boaventura, “Bach vs Electronics” foi uma viagem musical arrojada, que cruzou os séculos, explorando o contraste entre o rigor do barroco e a ousadia da música eletrónica dos nossos dias.
Um dos momentos que podemos presenciar, One,Study para Marimba, Junk Percussion e Eletrónica, cujo compositor, Jonh Psathas, consegue criar um ambiente estratosférico, irreverente, alternativo e extremamente virtuoso com a sua obra. A instrumentação da Junk Percussion é escolhida pelo intérprete, e neste caso, Álvaro Cortez escolheu instrumentos de cozinha (tachos, frigideiras, alguidares, etc) que em momento de partilha com o público disse em tom de graça os ter adquirido à mãe que vende tachos e panelas.
“Bach vs Electronics” é uma celebração da versatilidade da percussão e da visão artística de Álvaro Cortez, que nos desafia a escutar o passado e o presente numa harmonia inesperada, harmonia essa que infelizmente não foi muito partilhada nesta sua visita à vila da Ericeira, faltou a interação e o calor do publico numa sala com pouca audiência.
Já uma vez comentei este facto, a CMM é uma das autarquias que mais investe na cultura, em qualidade, quantidade e diversidade, mas no campo da divulgação continua a ser deficitária.
Com elenco camarário recentemente eleito com vontade de construir, tem aqui uma área com margem de melhoria e crescimento.
Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto





















Adicionar comentário